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sexta-feira, 8 de junho de 2012

Opoder do Agora e opoder do silencio






Você alguma vez já vivenciou, realizou, pensou ou sentiu alguma coisa fora do agora? Nada jamais aconteceu no passado, aconteceu no agora. Nada jamais acontecerá no futuro, acontecerá agora.
O que consideramos como passado é um traço da memória, armazenado na mente, de um Agora anterior. O futuro é um Agora imaginado, uma projeção da mente.
Obviamente, o passado e o futuro não têm realidade própria. A realidade deles é "emprestada" do Agora.

A essência dessas informações não pode ser compreendida pela mente. No momento em que captamos a essência, ocorre uma mudança na consciência, que passa a desviar o foco da mente para o Ser, do tempo para a presença. De repente, tudo parece vivo, irradia energia, emana do Ser.

Enquanto não somos capazes de acessar o poder do Agora, vamos acumulando resíduos de sofrimento emocional. Todo esse sofrimento cria um campo de energia negativa que ocupa a mente e o corpo. se olharmos para ele como uma entidade invisível com características próprias, estaremos chegando bem perto da verdade. O sofrimento pode nos parecer um monstro perigoso, mas eu lhe garanto que se trata de um fantasma frágil. Ele não pode prevalecer sobre o poder da nossa presença. No momento em que o observamos, sentimos seu campo energético dentro de nós e desfazemos nossa identificação com ele, surge uma nova dimensão da consciência. Chamo a isso de presença. Isso significa que ele não pode mais nos usar, fingindo ser nosso eu interior. Então, não temos mais como realimentá-lo. Aqui está nossa mais profunda força interior. Acabamos de acessar o poder do Agora, o poder da sua própria presença consciente.

O Tempo do relógio não diz respeito apenas a marcar um compromisso ou programar uma viagem. Inclui aprender com o passado, para não repetir os mesmos erros indefinidamente. Estabelecer objetivos e trabalhar para alcançá-los. Mas, mesmo aqui, no âmbito da vida prática, onde não podemos agir sem uma referência ao passado ou ao futuro, o momento presente permanece como um fator essencial, porque qualquer ação do passado se aplica ao agora. E planejar ou trabalhar para atingir um determinado objetivo é feito agora.

O principal foco de atenção das pessoas iluminadas é sempre o Agora, embora elas tenham uma noção relativa do tempo. Em outras palavras, continuam a usar o tempo do relógio, mas estão livres do tempo psicológico. Se estabelecemos um objetivo e trabalhamos para alcançá-lo, estamos empregando o tempo do relógio. Se insistimos demais nesse objetivo, talvez porque estejamos em busca de satisfação, deixamos de respeitar o Agora. E ele é reduzido a um mero degrau para o futuro, sem nenhum valor intrínseco. O tempo do relógio se transforma então em tempo psicológico.
Nossa jornada deixa de ser uma aventura e passa a ser encarada como uma necessidade obsessiva de chegar, de possuir, de "conseguir". Aí não somos mais capazes de ver nem de sentir as flores pelo caminho, nem de perceber a beleza e o milagre da vida que se revela em tudo ao redor, como acontece quando estamos presentes no Agora.

Sempre que você puder, crie algum espaço de modo a encontrar a vida sob a sua situação de vida.
Utilize todos os seus sentidos plenamente. Esteja onde você está. Olhe em volta. Apenas olhe, não interprete. Veja as luzes, as formas, as cores, as texturas. Esteja consciente da presença silenciosa de cada objeto. Esteja consciente do espaço que permite cada coisa existir. Ouça os sons, não os julgue. Ouça o silêncio por trás dos sons. Toque alguma coisa, qualquer coisa. Sinta e reconheça o Ser dentro dela. Observe o ritmo da sua respiração. Sinta e energia vital dentro do seu corpo. Permita que as coisas aconteçam, no interior e no exterior. Deixe que todas as coisas "sejam". Mova-se profundamente para dentro do Agora. Você está deixando para trás o agonizante mundo da abstração mental e do tempo. Está se libertando da mente doentia que suga sua energia vital, do mesmo modo que,lentamente, ela está envenenando a Terra.
Você está acordando do sonho do tempo e entrando no presente.  
Este exato momento, Agora, é a única coisa no mundo que não dá pra escapar. É o único fator constante na nossa vida. Se não é possível fugir do Agora, por que não acolhê-lo e tratá-lo bem?
Concentrar sua atenção no Agora não é negar o que é necessário. É reconhecer o que é prioritário. Mais tarde você poderá lidar mais facilmente com o que é secundário. Concentrar-se no Agora não é dizer: “Não vou me preocupar mais com as coisas, pois só existe o Agora.” Não é isso. Veja o que é prioritário e faça do Agora seu amigo, e nao seu inimigo. Reconheça-o e repeite-o.

Você trata o momento atual como um obstáculo que precisa ser ultrapassado? Você considera mais importante o momento futuro que quer atingir? A maioria das pessoas vive assim. Como o futuro nunca chega, a não ser como presente, essa forma de viver é inútil. Causa uma constante sensação de desconforto, tensão e insatisfação. Não respeita a vida, que é Agora.
Sinta a vida em seu corpo. Isso enraíza você no Agora.

Quando você diz sim às coisas tal qual como são, você entra em harmonia com o poder e a inteligência da própria vida. Só então pode se tornar agente de uma mudança positiva no mundo.
Quando você passa a dar atenção ao Agora, cria-se um estado de alerta. É como se você acordasse de um sonho, o sonho do pensamento, o sonho do passado e do futuro. É tão claro e tão simples que não sobra lugar para inventar problemas. Só este momento, tal qual como é.

A maioria das pessoas confunde o Agora com o que acontece no Agora. Mas o Agora é mais profundo do que o que ocorre nele. É o espaço onde tudo acontece. Não confunda o conteúdo do momento presente com o Agora. O Agora é mais profundo do que qualquer conteúdo que exista nele. O seu ser é muito maior que seus pensamentos.

Eu não sou os meus pensamentos. Não sou minhas emoções, minhas percepções sensoriais, nem minhas experiências. Não sou o conteúdo da minha vida. Eu sou o espaço no qual todas as coisas acontecem. Eu sou a Consciência. Sou o Agora. Sou.

É importante vencer ou fracassar aos olhos dos outros. É importante ter ou não ter saúde, estudar ou não estudar. É importante ser rico ou pobre – certamente isso faz muita diferença na sua vida. Isso tudo tem uma importância relativa na sua vida, mas não absoluta. Existe algo mais importante que todas essas coisasa: Encontrar a essência do que você é para além dessa identidade de curta duração, que é uma noção personalizada do “eu”.”

Trecho do livro O poder do silencio de Eckhart Tolle,


NÃO CRIE MAIS DOR NO PRESENTE

por Eckhart Tolle

Nenhuma vida é inteiramente isenta de dor e de desgosto. Não será preferível aprender a viver com eles do que tentar evitá-los?

A maior parte da dor humana é desnecessária. Cria-se a si própria enquanto for a mente inobservada a dirigir a sua vida.

A dor que você criar agora será sempre uma certa forma de não aceitação, uma certa forma de resistência inconsciente aquilo que é. Ao nível do pensamento, a resistência é uma certa forma de julgamento. Ao nível emocional, é uma certa forma de negatividade.

A intensidade da dor depende do grau de resistência ao momento presente, e essa resistência por seu lado depende de quão fortemente você estiver identificado com a sua mente. A mente procura sempre recusar o Agora e fugir a ele. Por outras palavras, quanto mais identificado você estiver com a sua mente, mais sofrerá. Ou poderá colocar a questão deste modo: quanto mais você honrar e aceitar o Agora, mais livre estará da dor, do sofrimento - e da mente egica.

Porque é que a mente recusa ou resiste habitualmente ao Agora? Porque ela não consegue funcionar nem permanecer no poder sem o tempo, que é passado e futuro e, por conseguinte, para ela o Agora representa uma ameaça. De fato, o tempo e a mente são inseparáveis.

Imagine a Terra desprovida de vida humana, habitada apenas por plantas c animais. Teria ela ainda um passado e um futuro? Poderíamos nós falar de tempo de maneira que fizesse sentido? As perguntas "Que horas são?" ou "Que dia é hoje?" - se houvesse quem as fizesse — não fariam qualquer sentido. O carvalho ou a águia ficariam estupefatos com tais perguntas. "Que horas são?" perguntariam. "Bem, é claro que é agora. Que mais poderia ser?"

Sim, é certo que precisamos da mente assim como do tempo para funcionarmos neste mundo, mas a certa altura eles tomam conta das nossas vidas, e é aí que a disfunção, a dor e o desgosto se instalam.

A mente, para garantir que permanece no poder, procura constantemente encobrir o momento presente com o passado e o futuro e, assim, ao mesmo tempo que a vitalidade e o infinito potencial criativo do Ser, que é inseparável do Agora, começam a ficar encobertos pelo tempo, também a sua verdadeira natureza começa a ficar encoberta pela mente.

Um fardo de tempo, cada vez mais pesado, tem vindo a acumular-se na mente humana. Todos os indivíduos sofrem sob esse fardo, mas também o tornam mais pesado a cada momento, sempre que ignoram ou recusam esse precioso Agora ou o reduzem a um meio para alcançarem um determinado momento futuro, o qual só existe na mente e nunca na atualidade. A acumulação de tempo na mente humana, coletiva e individual, contém igualmente uma enorme quantidade de dor residual que vem do passado.

Se quiser deixar de criar dor para si e para os outros, se quiser deixar de acrescentar mais dor ao resíduo da dor passada que continua a viver em si, então deixe de criar mais tempo, ou pelo menos crie apenas o tempo necessário para lidar com os aspectos práticos da sua vida. Como deixar de criar tempo? Compreendendo profundamente que o momento presente é tudo o que você algum dia terá. Faça do Agora o foco principal da sua vida.

Atendendo a que antes você vivia no tempo e fazia curtas visitas ao Agora, estabeleça a sua morada no Agora e faça curtas visitas ao passado e ao futuro quando precisar de lidar com os aspectos práticos da sua situação de vida. Diga sempre "sim" ao momento presente. Que poderia ser mais fútil, mais insensato do que criar resistência interior a algo que já é? Que poderia ser mais insensato do que opor-se à própria vida, que é agora e sempre será agora? Submeta-se aquilo que é. Diga "sim" à vida - e verá como de repente a vida começará a trabalhar para si cm vez de contra si.

O momento presente é por vezes inaceitável, desagradável ou terrível. É aquilo que é. Observe como a mente classifica esse momento e como esse processo de classificação, esse permanente ditar de sentenças, cria dor e infelicidade. Ao observar os mecanismos da mente, você sai para fora dos seus padrões de resistência e então poderá permitir que o momento presente seja. Isso dar-lhe-á um vislumbre do estado interior livre de condições exteriores, do estado de verdadeira paz profunda. Depois veja o que acontece, e tome providências se for necessário ou possível.

Aceite - e depois atue. Seja o que for que o momento presente contenha, aceite-o como se fosse escolha sua. Trabalhe sempre com ele, não contra ele. Faça dele um amigo e um aliado, e não um inimigo. Milagrosamente, isso transformará toda a sua vida.

Eckhart Tolle nasceu na Alemanha, onde viveu até aos treze anos de idade. Depois de se licenciar pela Universidade de Londres, trabalhou como investigador e supervisor na Universidade de Cambridge. Aos vinte e nove anos, uma profunda transformação espiritual levou-o a mudar radicalmente a sua maneira de encarar e viver a sua vida. Nos anos que se seguiram, dedicou-se por inteiro a compreender melhor e viver mais profundamente esta transformação, que marcou o início de uma intensa jornada interior. Eckhart Tolle não está filiado a qualquer religião ou tradição espiritual. Através do seu ensino, tenta transmitir a mensagem profunda, simples e atemporal que os grandes mestres sempre tentaram transmitir: é possível acabar com o sofrimento e alcançar a paz através da meditação.

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